A
publicação do estudo na revista Food and Chemical Toxicology causou
polêmica, principalmente ao mostrar tumores do tamanho de bolas de
pingue-pongue em ratos alimentados com milho transgênico da Monsanto importado
para a Europa. Até agora, as empresas limitaram os estudos dos efeitos dos
transgênicos durante 90 dias, mas Gilles se baseou em dados obtidos em um bem
prazo maior de observação.
O estudo
de dois anos mostrou que ratos alimentados com alimentos geneticamente
modificados morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os
demais roedores. Para fazer a pesquisa, 200 ratos foram divididos em grupos e
alimentados de maneiras diferentes. Eles seguiram proporções equivalentes ao
regime alimentar nos Estados Unidos. O primeiro grupo teve 11% de sua dieta
composta pelo milho OGM NK603; o segundo comeu também 11% do milho OGM NK603
tratado com Roundup, o herbicida mais usado no mundo; e o terceiro foi
alimentado com milho não alterado geneticamente, mas bebia água que tinha as
mesmas doses de Roundup usadas nas plantações.
O milho
transgênico (NK603) e o herbicida são produtos do grupo americano Monsanto,
comercializados em vários países. No Brasil, amostras foram aprovadas em
setembro de 2008 pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança),
órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e, no começo de 2009, o
Ministério da Agricultura aprovou o registro de doze híbridos de milho com a
tecnologia Roundup. O certificado de biossegurança foi aprovado pela comissão
em novembro de 2010, por fim.
Os
tumores apareceram na pele e nos rins dos machos até 600 dias antes dos ratos
do grupo de controle, segundo a pesquisa. No caso das fêmeas, os tumores nas
glândulas mamárias apareceram, em média, 94 dias antes no grupo alimentado com
milho geneticamente modificado. Os pesquisadores descobriram que 93% dos tumores
das fêmeas são mamários, já a maioria dos machos morreu por problemas hepáticos
ou renais.
"Os
resultados são alarmantes. Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou
três vezes maior entre as fêmeas tratadas com OGM [transgênicos]. Há entre duas
e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos", explicou
Gilles-Eric Seralini, professor da Universidade de Caen, que coordenou o
estudo.
Caro Mike.
ResponderExcluirNão se trata aqui de defender ou atacar o homem, mas defender (ou criticar) seu trabalho. É absolutamente irrelevante se o trabalho é de Séralini ou de outro cientista qualquer, o ponto é que o trabalho é muito ruim e tem o objetivo de alarmar o público, sem trazer qualquer contribuição científica à área de avaliação de riscos. Da mesma forma como os jornais sensacionalistas franceses saíram na frente alardeando os resultados do trabalho e dizendo que todos os demais pesquisadores foram ineptos ou vendidos à grande agro-indústria (como o que você reproduziu aqui), agora a comunidade científica séria e as agências oficiais de avaliação de risco começam a reagir, dando sua opinião, não sobre o pesquisador, mas sobre o conteúdo de seu trabalho.
Sugerimos que os leitores consultem os comentários postados abaixo para maiores esclarecimentos sobre a falta de bases e os gravíssimos erros experimentais do trabalho publicado (ainda apenas online, esperamos sinceramente que a revista se retrate e retire o artigo da forma impressa), e que esqueçam a questão de ataque pessoal, que pode existir, mas não é o que move as críticas técnicas e científicas que agora circulam.
http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-que-mostra-o-surgimento-de.html
http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-sobre-efeito-de-milho.html
http://genpeace.blogspot.com.br/2012/10/pesquisadores-brasileiros-assinam.html
http://genpeace.blogspot.com.br/2012/10/the-largest-experiment-with-human.html
Atenciosamente,
Paulo Andrade andrade@ufpe.br
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTambém não gosto de jornalismo sensacionalista. Obrigado pelo comentário. Tal vez o melhor seria fazer seus próprios experimentos. Se você tivesse que escolher entre alimentar seu bebê com comida transgênica ou com comida natural,.o que você faria?
ResponderExcluirSabemos com certeza que pela primeira vez a nova geração em muitos países é menos saudável do que a geração anterior. Vale mesmo pensar em que está errado. Com certeza muito, muito mais do que esse milho transgênico. Olha só a onda de obesidade nos Estados Unidos. Você deseja isso para os seus alunos?
Num pais mais esclarecido como na Alemanha estamos mais conscientes dos efeitos colaterais dos agrotóxicos, dos ingredientes das embalagens etc. Produtos transgênicos não são populares. Vivemos muito felizes sem sacolas de plástico. As ruas não são cheio deste tipo de lixo. Olha só os bairros pobres da sua cidade!
Entretanto produzimos alimentos mais baratos. O pão em Vitória/ES custa R$ 10 por kg, na Alemanha nem a metade. Por que os agricultores Brasileiros são pobres e o leite fica mais caro, e na Alemanha o leite é mais barato e os agricultores ganham mais? Tem algo muito errado!
A questão do milho e da soja transgênica é em primeiro lugar uma questão de lucro. Muitos países pensam mais no bem-estar do seu povo e menos no lucro.Temos duas culturas totalmente diferentes. Um professor na Universidade Federal ganha aproximadamente cinco vezes mais do que um professor de ensino fundamental. Para ele isso é normal. Angela Merkel ganha apenas 10 vezes mais do que um professor que alfabetiza crianças. Para ela isso é normal.
Na Europa estamos preocupados com a ignorância da agroindústria, com o desmatamento, com o aquecimento global. A grande maioria dos Brasileiros ta nem ai. Cabe a vocês de mudar isso.
Deixamos o assunto do milho pra lá, e começamos a criar uma sociedade mais saudável e menos desigual. E um futuro feliz para nossas crianças.
Abraço
Mike